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Empresária alagoana foge do país com medo de morrer e denuncia ex-marido por agressões; VÍDEO

Giuliana Omena relatou agressões física, psicológica e patrimonial nas redes sociais. Ela voltou a Maceió para prestar depoimento à polícia. Empresária ...

Empresária alagoana foge do país com medo de morrer e denuncia ex-marido  por agressões; VÍDEO
Empresária alagoana foge do país com medo de morrer e denuncia ex-marido por agressões; VÍDEO (Foto: Reprodução)

Giuliana Omena relatou agressões física, psicológica e patrimonial nas redes sociais. Ela voltou a Maceió para prestar depoimento à polícia. Empresária Giuliana Omena denuncia agressões sofridas pelo ex-marido em Maceió A empresária alagoana Giuliana Omena, que tem uma loja de roupas em Maceió, capital alagoana, denunciou o ex-marido e sócio, Igor Fabiano Santana, por violência doméstica, física, psicológica e patrimonial. Devido aos episódios de agressão e por temer por sua vida, Giuliana decidiu fugir do país. ✅Clique aqui para seguir o canal do g1 AL no WhatsApp Em vídeos viralizados nas redes sociais, Giuliana expôs que durante o relacionamento com Igor Fabiano, ela sofreu traições, teve que conviver com outras mulheres dentro da casa e da loja do casal e sumiço de dinheiro. Ela tem 33 anos e é empreendedora desde os 17, mesma época em que começou a namorar Igor. “Eu temo pela minha vida, do que pode acontecer. Eu vivi um relacionamento abusivo durante muitos anos. Apesar de ser completamente contrário do que vocês viam nas redes sociais e do que eu mostrava. E até eu mesmo demorei a entender as nuances do que é um relacionamento abusivo, do que é uma violência doméstica, na minha cabeça eu achava que eu vivia episódios isolados. O que definitivamente não foi", contou Giuliana. Segundo a empresária, em quase 16 anos de relacionamento os abusos aconteceram centenas de vezes. Mas ela conta que não enxergava que vivia um relacionamento abusivo, já que não sofria agressão física. O g1 tentou localizar a defesa de Igor Santana, mas não havia conseguido até a última atualização dessa reportagem. Em mensagens divulgadas pela empresária, ela relata que o ex-marido jogou uma cadeira para atingir a mãe dela, dentro da loja onde tinha funcionários, inclusive uma grávida, e clientes. “O meu ex-marido quebrar meu escritório enquanto a minha loja estava aberta, em pleno funcionamento, em dezembro do ano passado, já era uma violência. Todos os meus colaboradores ouviram o que aconteceu. Clientes ouviram os chutes e socos na porta e a gerente da minha loja, que é familiar do meu ex-marido, disse que estávamos tendo uma obra. E eu só pensava que não queria passar vergonha de, depois de tantos anos trabalhando e me dedicando, eu não queria que uma viatura chegasse na porta da minha loja e levasse [ele] preso. Essa não era a minha intenção. A obra era o meu escritório sendo quebrado e eu sendo intimidada”, informou Giuliana Nas imagens é possível ver a parede próxima à porta com rachaduras e objetos quebrados. A reportagem do g1 entrou em contato com a advogada de Giuliana, que explicou que ela está muito abalada com a situação. Segunda Amanda Montenegro, a empresária passou 15 dias fora do país e já está de volta a Maceió para prestar depoimento na próxima sexta-feira (25). Giuliana voltou para Alagoas na última terça (22). "Muito abalada psicologicamente, precisou sair do país. Inclusive ele estava até passando a conta pessoal dele para receber valores. Desviando valores. Queremos que ele seja condenado com o rigor da lei e que ela tenha restituído o patrimônio, quebra de sigilo bancário em um sistema orquestrado com ajudas de terceiros dentro da loja", disse a defesa. A advogada informou também que Igor só passou a integrar o quadro societário da empresa em 2023, após Giuliana assinar um documento sem ter ciência. Há relatos que uma cunhada de Igor, que é gerente da loja, recebe altos valores com o dinheiro desviado da loja e com venda de patrimônios de Giuliana, como carros, por exemplo. A delegada Ana Luíza Nogueira, responsáveis pelas investigações, disse que a vítima fez um Boletim de Ocorrência pela internet e, com isso, foi aberto um inquérito civil. "Ela fez todo o boletim de forma virtual. Em casa, ela não precisou ir para delegacia. Ela estava fora do país, mas ela será ouvida nos próximos dias. A polícia busca robustecer toda as denúncias, buscando provas para responsabilizar o agressor no âmbito judicial. O importe é denunciar para que a polícia busque de forma célere investigar e quebre o ciclo de violência", disse. Violência doméstica Giuliana Omena, empresária alagoana, denunciou ex-marido por agressões Reprodução/Redes Sociais Durante o relato, Giuliana Omena também informou que chegou a adoecer por acreditar que não haveria nada que pudesse salvá-la. Segundo ela, o ex-marido chegou a jogar um celular para atingi-la no rosto, além de uma agressão dias após a empresária passar por uma cirurgia. A mulher disse que pessoas que estavam ao redor dela e do ex-marido corroboravam com a situação, dizendo que as agressões eram comuns e ações como "fazer café da manhã" e "dar rosas" era uma troca justa e equilibrada para compensar a violência. Ela contou que se sentia culpada quando ouvia essas coisas. “Com quatro dias que eu estava operada de uma cirurgia de grande porte, eu fui chacoalhada, toda costurada, na frente da minha colaboradora que trabalhava comigo há anos, na minha casa. Eu pedi para ela pegar um dinheiro que eu tinha na minha bolsa, R$ 235, porque se de alguma forma ele me ameaçar, ameaçar a minha integridade física sem que eu possa me defender, você pede um carro por aplicativo e me ajuda a fugir. E foi muito triste para mim viver isso durante muitos anos e não reconhecer”, lamenta Giuliana. Violência patrimonial A empresária também denuncia casos de violência patrimonial, que é um dos cinco tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha, que protege vítimas de agressões doméstica e familiar. Diferente de outros tipos de violência, a patrimonial não é tão divulgada. A legislação diz que esse tipo de abuso acontece quando “qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de seus objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer suas necessidades". Ela afirmou que esse tipo de violência é a que mais a amedronta. Giuliana afirmou ainda que, apesar das contas serem no nome dela, ela não tinha controle sobre a movimentação, chegando até a precisar comprar pão e não ter dinheiro. “Eu nunca tive acesso a nenhuma conta bancária. Eu nunca tive acesso a um pix. Hoje eu entendo que isso também foi uma forma de controle. Não tinha cartão de crédito, não tinha nada. Eu não tinha autonomia. Eu posso falar das centenas de vezes que a minha colaboradora, que trabalhava comigo na minha casa, comprou pão para a gente tomar café da manhã porque eu não tinha dinheiro”, disse a empresária. Giuliana contou também que apesar das conquistas materiais, ela nunca teve acesso efetivamente a um bem. “Se eu comprasse um apartamento eu não sabia quanto custou, em que andar ele era, qual era o número do apartamento, e muitas pessoas corroboraram com isso. Eu tinha uma empresa para gerir e o financeiro da minha empresa era terceirizado. Mas toda vez que eu buscava informações a respeito do setor financeiro da minha empresa, me era negado. Eu era humilhada”. Violência psicológica Segundo ela, a última briga aconteceu porque um prestador cobrou um serviço realizado e que já tentava contato com o ex-marido dela há cerca de um mês. Ao ser cobrada, ela se sentiu envergonhada e pediu para o ex-companheiro fazer o pagamento e deixar ela em paz. “Ele insistiu, insistiu [para que eu perdesse o controle]. Quando eu grite, ele pegou o celular me filmou e disse ‘eu vou mostrar para todo mundo que você é uma louca, é uma desequilibrada’. E aí vem, talvez, a parte mais decepcionante de tudo isso, que foi mais um motivo que me fez sair do Brasil e vir para cá. Ele pretendia me internar em uma clínica psiquiátrica e já tinha externado [essa vontade] para terceiro, inclusive para a minha melhor amiga. Ele estava tentando conseguir um laudo meu de insanidade mental”. A empresária contou que era um costume do ex-marido sair de casa ir para um outro imóvel deles sempre que os dois brigavam. Durante esse período ele não exerceria as funções da empresa que deveria, o que fez ela aguentar muita coisa calada para não jogar o trabalho no lixo. “Ele saiu e casa e me deixou sem nem um real, com 30 dias de operada. Eu estava sem carro, sem cartão de crédito, não tinha pix e nem dinheiro ‘vivo’ [em espécie]. Isso foi em um sábado à noite e no domingo eu achei que não dava mais para aguentar tudo e tomei coragem para contar para o meu irmão tudo o que eu passava. Meu irmão parou a vida dele para segurar na minha mão e me dizer que eu conseguiria sair disso. Eu não acreditava que tinha saída”, desabafa. Empresário mostrou a porta do escritório dela que foi quebrada durante discussão com ex-marido Reprodução/Redes Sociais Giuliana Omena disse que ex-marido tentou alegar que ela sofria problemas psicológicos Reprodução/Redes Sociais Assista aos vídeos mais recentes do g1 AL , Veja mais notícias da região no g1 AL